Rio, 04/09/2007.
Boa tarde a todos.
Mais que repassar conhecimento, a escola pode salvar vidas.
Boa tarde a todos.
Mais que repassar conhecimento, a escola pode salvar vidas.
A conclusão é de um estudo inédito, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que relacionou o nível de instrução formal com a probabilidade de uma pessoa ser vítima de homicídio. Pela primeira vez, um especialista conseguiu mostrar que, quanto menos tempo passado nos bancos escolares, maior é a chance de morrer assassinado.
Para chegar a esse resultado, o técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos Sociais do Ipea Sergei Suarez Dillon Soares usou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, do Censo populacional e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Ele comparou taxas de homicídio por grupos de idade, escolaridade e sexo, e incluiu a renda domiciliar per capita nos indicadores.
A descoberta foi que renda não é o fator determinante da vulnerabilidade. “É extremamente impressionante. A taxa de homicídios no Brasil é de 26 mortes por 100 mil habitantes. Mas se olhar para jovens com escolaridade de um a três anos de estudo, essa taxa é 10 vezes maior. É uma taxa de guerra civil”, diz o pesquisador. A motivação de Soares para levar o estudo adiante veio de uma tabela, na qual relaciona taxas de homicídos por idade e escolaridade.
No caso dos homens, as curvas mostraram uma concentração na incidência de assassinatos entre a população de 16 a 36 anos. “O que surpreende em especial é a distância entre as curvas. A altura do pico da curva de morte por homicídios dos jovens com um a três anos de escolaridade corresponde ao dobro da altura da curva de morte dos que terminaram pelo menos o primeiro ciclo do ensino fundamental, e a quase oito vezes a altura do pico para os que têm entre o fundamental completo e o médio completo”, observa o pesquisador.
Para as mulheres, o resultado foi o mesmo, ainda que os índices de assassinato sejam menores entre o sexo feminino. Depois de observar que, em uma mesma faixa etária, morrem mais os que têm menos anos de estudo, o pesquisador decidiu avançar o estudo. “Uma das primeiras explicações que vêm à mente é que pelo menos parte desse efeito não é do percurso escolar de cada indivíduo, e sim um efeito de renda.
Afinal, é fato notório que a escolaridade é um dos maiores determinantes da renda no Brasil e em quase todos os países do mundo”, diz Soares. Porém, uma nova tabulação feita pelo pesquisador sugeriu que os aumentos na renda domiciliar per capita não eram tão determinantes quanto o índice de escolaridade. Diferenças No caso de homens entre 18 e 25 anos com menos de três anos de estudo e renda per capita de R$ 112 mensais, a taxa de homicídio verificada foi de 237,67 em 100 mil habitantes.
O índice praticamente cai pela metade quando a escolaridade passa de quatro a sete anos e a renda é de R$ 193, passando para 124,23. Sergei Soares acredita que um incremento de apenas R$ 81 não teria um impacto tão expressivo na redução da taxa. O mesmo se verifica em relação aos jovens da mesma faixa etária, com oito a 11 anos de estudo e renda de R$ 364. O índice de homicídios entre esse segmento populacional cai drasticamente: 31,76 ocorrências em cada 100 mil pessoas.
Com as mulheres, a conclusão é idêntica. Aquelas com idades de 18 a 25 anos, menos de três anos de estudo e renda per capita de R$ 138 mensais apresentam taxa de homicídio de 18,97 em cada 100 mil. Já em relação às que têm entre quatro e sete anos de escolaridade e renda per capita de R$ 193, o índice cai para 3,69. Oito a 11 anos de estudo reduzem a taxa para 2,12 quando a renda é de R$ 364. “Conclui-se que a escola oferece um impressionante escudo contra a morte por homicídio”, diz o pesquisador.
Para Sergei Soares, a razão do tempo de estudo ser um “escudo contra homicído” é que a escola é um espaço regrado, onde se aprende a mediar conflitos. “Mesmo que a criança não esteja aprendendo nada, pelo menos está num lugar que tem regras e aprende a lidar com problemas de outra forma, que não a violência”, explica. “A pior escola do Brasil é, ainda assim, um lugar de regras”, acredita o pesquisador. Segundo ele, o estudo “Educação: um escudo contra o homicídio?” não tem relação direta com segurança pública, mas com políticas de educação.
“A conclusão é: segura esse menino na escola. Não importa se não está aprendendo”, defende. Mesmo sabendo que a tese é polêmica, ele assegura que a solução é a PROGRESSÃO CONTINUADA. “Uma das principais causas da evasão escolar é a repetência”, lembra.
Para chegar a esse resultado, o técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos Sociais do Ipea Sergei Suarez Dillon Soares usou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, do Censo populacional e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Ele comparou taxas de homicídio por grupos de idade, escolaridade e sexo, e incluiu a renda domiciliar per capita nos indicadores.
A descoberta foi que renda não é o fator determinante da vulnerabilidade. “É extremamente impressionante. A taxa de homicídios no Brasil é de 26 mortes por 100 mil habitantes. Mas se olhar para jovens com escolaridade de um a três anos de estudo, essa taxa é 10 vezes maior. É uma taxa de guerra civil”, diz o pesquisador. A motivação de Soares para levar o estudo adiante veio de uma tabela, na qual relaciona taxas de homicídos por idade e escolaridade.
No caso dos homens, as curvas mostraram uma concentração na incidência de assassinatos entre a população de 16 a 36 anos. “O que surpreende em especial é a distância entre as curvas. A altura do pico da curva de morte por homicídios dos jovens com um a três anos de escolaridade corresponde ao dobro da altura da curva de morte dos que terminaram pelo menos o primeiro ciclo do ensino fundamental, e a quase oito vezes a altura do pico para os que têm entre o fundamental completo e o médio completo”, observa o pesquisador.
Para as mulheres, o resultado foi o mesmo, ainda que os índices de assassinato sejam menores entre o sexo feminino. Depois de observar que, em uma mesma faixa etária, morrem mais os que têm menos anos de estudo, o pesquisador decidiu avançar o estudo. “Uma das primeiras explicações que vêm à mente é que pelo menos parte desse efeito não é do percurso escolar de cada indivíduo, e sim um efeito de renda.
Afinal, é fato notório que a escolaridade é um dos maiores determinantes da renda no Brasil e em quase todos os países do mundo”, diz Soares. Porém, uma nova tabulação feita pelo pesquisador sugeriu que os aumentos na renda domiciliar per capita não eram tão determinantes quanto o índice de escolaridade. Diferenças No caso de homens entre 18 e 25 anos com menos de três anos de estudo e renda per capita de R$ 112 mensais, a taxa de homicídio verificada foi de 237,67 em 100 mil habitantes.
O índice praticamente cai pela metade quando a escolaridade passa de quatro a sete anos e a renda é de R$ 193, passando para 124,23. Sergei Soares acredita que um incremento de apenas R$ 81 não teria um impacto tão expressivo na redução da taxa. O mesmo se verifica em relação aos jovens da mesma faixa etária, com oito a 11 anos de estudo e renda de R$ 364. O índice de homicídios entre esse segmento populacional cai drasticamente: 31,76 ocorrências em cada 100 mil pessoas.
Com as mulheres, a conclusão é idêntica. Aquelas com idades de 18 a 25 anos, menos de três anos de estudo e renda per capita de R$ 138 mensais apresentam taxa de homicídio de 18,97 em cada 100 mil. Já em relação às que têm entre quatro e sete anos de escolaridade e renda per capita de R$ 193, o índice cai para 3,69. Oito a 11 anos de estudo reduzem a taxa para 2,12 quando a renda é de R$ 364. “Conclui-se que a escola oferece um impressionante escudo contra a morte por homicídio”, diz o pesquisador.
Para Sergei Soares, a razão do tempo de estudo ser um “escudo contra homicído” é que a escola é um espaço regrado, onde se aprende a mediar conflitos. “Mesmo que a criança não esteja aprendendo nada, pelo menos está num lugar que tem regras e aprende a lidar com problemas de outra forma, que não a violência”, explica. “A pior escola do Brasil é, ainda assim, um lugar de regras”, acredita o pesquisador. Segundo ele, o estudo “Educação: um escudo contra o homicídio?” não tem relação direta com segurança pública, mas com políticas de educação.
“A conclusão é: segura esse menino na escola. Não importa se não está aprendendo”, defende. Mesmo sabendo que a tese é polêmica, ele assegura que a solução é a PROGRESSÃO CONTINUADA. “Uma das principais causas da evasão escolar é a repetência”, lembra.
“Não se trata apenas de aprender a ler e escrever: é questão de vida e morte.”
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Para os que desejam obter todas as informações acerca da pesquisa, acesse o link abaixo. No site, procure o item "Notícias", depois clique no link "Escolaridade e Violência" e por fim, clique no link "Leia a íntegra do LD 1298".
http://www.ipea.gov.br/default.jsp
Um abraço.
Ribamar.
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Para os que desejam obter todas as informações acerca da pesquisa, acesse o link abaixo. No site, procure o item "Notícias", depois clique no link "Escolaridade e Violência" e por fim, clique no link "Leia a íntegra do LD 1298".
http://www.ipea.gov.br/default.jsp
Um abraço.
Ribamar.
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